Eu uso software livre
Por Anderson Costa
29 de Julho de 2007
Há vários anos eu ensaio uma mudança definitiva para softwares livres, não tão radical como a FSF prega, rejeitando qualquer software que não seja livre, mas por um motivo mais simples: não utilizar software pirata.
Já tentei várias distribuições, mas as que eu fiquei utilizando por mais tempo foram respectivamente a Madrake Linux 8.2 e a Ubuntu 5.x/6.06 LTS.
Hoje, o grupo de softwares que utilizo estão disponíveis tanto para o Windows quanto o Linux, fato que facilita brutalmente a migração de qualquer um, mas tenho motivos que me impedem de mudar definitivamente, embora eu particularmente considero o Linux uma opção melhor.
O problema é que em casa, o pessoal está acomodado com o Windows, já que ele é bem mais popular e o método de instalação de novos softwares é muito simples (next, next, finish). Já no serviço, além de já terem feito o investimento na compra da licença do Windows, há o fator do software de gestão utilizado não ser compatível com o Linux, mesmo com o Wine.
De certa forma, não foi uma mudança totalmente voluntária, mas também não foi algo forçado, pois eu já tinha a vontade, só faltava a oportunidade, e ela surgiu quando fui empregado num distribuidor. Lá nada era pirata, então foi obvio lançar mão do Linux.
Como não iriam liberar nenhuma verba para a aquisição das licenças de software necessárias ao meu trabalho, e unido ao fato da “campanha” anti-pirataria, eu tive que procurar (e utilizar) alternativas.
Eu substitui praticamente tudo o que preciso, da suíte de produtividade, edição em geral, softwares de comunicação aos as utilitários.
Algumas escolhas foram óbvias, como o Br-Office.org, o Firefox, o Thunderbird, o Gimp, mas eu ainda tinha que achar outros, como a alternativa ao Corel Draw e um gerenciador de downloads amigável, e mais outras coisas, como players multimídia e alguns plugins.
A distribuição que estava utilizando dessa vez era o Ubuntu, e foi relativamente fácil achar tudo o que precisava depois de localizar o UbuntuGuide.org, e lá tive todas as informações que precisava. Nele eu achei o Inkscape (o equivalente do Corel Draw), o gerenciador de download amigável X-Downloader, o player Xine-ui e os procedimentos necessários para instalar os plugins necessários, como o Java e o Flash Player.
Como podemos notar, pois mais que se queira ser totalmente “livre”, não é possível hoje, pois ainda dependemos de alguns softwares que ainda são proprietários. No caso do Java, a Sun promete há algum tempo que vai liberar o código fonte para a comunidade, mas ainda não consumou o fato.
Já o Flash não tem a mesma perspectiva, mas há existe uma alternativa a ele, o Gnash. Eu não tive sucesso ao instalá-lo, mas segundo relatos, ele já é funcional.
Em tempo, atualmente o UbuntuGuide.org tem uma versão traduzida para o português.
Eu utilizei o Ubuntu e todos os demais softwares necessários por pouco mais de um ano, sem sentir qualquer falta do Windows. Claro que tive problemas, mas nada tão crítico que não pudesse ser contornado de alguma forma e na pior delas, havia algumas estações com Windows que eu poderia usar num caso emergencial.
Bem eu me desliguei dessa empresa e hoje estou em outra, mas como todos os softwares que eu utilizava no Linux estão disponíveis para o Windows também, eu continuo a utilizá-los até hoje, e adicionei outros a lista, como o NVU, o equivalente ao Dreamweaver (mas que carece de algum amadurecimento, eu ainda “bato a cabeça” com ele), o 7zip (que suporta diversos formatos de compactação) e o VLC Player. Ele tem um recurso, o Wallpaper, que como o nome sugere, permite a exibição do vídeo no desktop. Mas agora a pergunta: porque eu comentei isso? Bem, tal recurso só está presente de modo nativo no Windows Vista Ultimate sob o nome de Dreamscene. A não ser que a Microsoft tenha disponibilizado algum patch para as outras versões e eu não tenha percibido. Não sei se há algum outro player que ofereça esse mesmo recurso (quem tiver mais informações acerca disso, fique a vontade para colaborar).
Atualmente só uso softwares proprietários quando eles vem em conjunto com algum hardware, ou quando são gratuitos (lembrem-se: software livre não é necessariamente gratuito, como muitos pensam).
Usar um software pirata, além das implicações legais, não é apenas um manifesto contra o monopólio da Microsoft, mas de certa forma uma agressão ao profissional que dedica seu tempo no desenvolvimento. Ninguém gosta que o seu trabalho não seja recompensado. Há alguns heróis nesse âmbito, como o Marcos Velasco com o MV Reg Clean, conhecido por muitos profissionais de TI e que o Piropo citou com empolgação em uma de suas colunas e praticamente não é recompensado pelo seu trabalho, que com certeza já salvou o pescoço de muita gente. O Piropo até aproveitou aquele momento para apelar para consciência dos usuários para colaborar com o desenvolvedor.
Não vou condenar (e quem sou eu para chegar a tal ponto), quem utiliza software pirata aqui no Brasil, devido a diversos problemas, desde dos sociais ao de gestão governamental.
Se você é uma pessoa que tem a preocupação com licenças, seja por ideologia ou por necessidades profissionais, é importante ter cuidado com os softwares gratuitos, pois a licença pode permitir o uso doméstico, mas o não o comercial. O não-comercial que muitas licenças de softwares gratuitos citam significa que você não pode usar em empresas.
De qualquer forma, o software livre está aí e veio para ficar, quer alguns gostem ou não, e eu sou fã e usuário de alguns deles.
Fonte: FórumPCs
segunda-feira, 30 de julho de 2007
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